Confesso que quando comecei a ler pensei ser mais um "romance" a estilo
Crepúsculo (não li o livro, só assisti o filme, mas faço referência ao
"estilo" nos termos da previsibilidade, com exceção dos vampiros é
obvio). Sinceramente, quase desisti, mas insisti em razão da indicação indireta. E
ainda bem! Vai ser duro esperar até 15/09, quando será lançado no
Brasil o 2º volume (50 Tons Mais Escuros) da trilogia, também pela Editora Intrínseca.
Sim, se trata de um best seller. Mas um best seller diametralmente oposto às "aventuras do Prof. Robert Langdon" (Dan Brown). Uma narrativa racionalmente inconsciente. Ou seria inconscientemente racional?! Não sei, e o "duplipensamento" (Orwell) é proposital aqui.
E antes que se diga, principalmente por aqueles que não leram (e não lerão), caindo no (pseudo)pensamento do censo comum, "50 Tons de Cinza" não é um livro pornográfico. Essa impressão é para os pobres, de espírito, de mente, aprisionados num mundo instituído por dogmas e que acreditam que "a vida se aprende nos códigos" (Saramago).
Trata-se de uma obra libertária (e porquê não também libertadora?). De um romance (sem aspas) que rompe os grilhões do pensamento "papai-mamãe". Da demonstração nua de um relacionamento onde "dois estranhos ímpares" (e com toda razão Drummond) buscam (des)velar a paixão, o amor, não de uma maneira incomum (para fugir do mais do mesmo), mas de uma maneira particular. Privada. Contratual.
Christian Grey e Anastasia Steele não são incompatíveis. Tal como "Yin e Yang", os atributos divergentes desse dual se materializam nos pensamentos, nas palavras, nos sentidos, nas ações, no sentir dos personagens, que são humanos (logo, sádicos por natureza - cada qual com sua intensidade). Que são "demasiado humanos" (Nietzsche), e portanto, diferentes, na busca do "x" da equação na igualdade do sentido de amar.
Entre 4 paredes (ou a céu aberto, depende da concepção), "50 Tons de Cinza" de E. L. James pode servir como o ecstasy da mente (e não para a mente), transformando ações em busca da verdade-do-ser às pessoas que formam casais (ou grupos), sejam de que natureza forem (héteros, homos, bi, poli, trans), a terem sinceras relações existenciais.
Em resumo, como diria Rainer Maria Von Rilke (em "Cartas a un joven poeta"): "El sentimiento artístico, tan increíblemente cerca esta de lo sexual, de si dolor y su placer, que ambos fenómenos no son, en rigor, sino diferentes formas de una misma ansia y ventura".
Boa (caleidoscópica) leitura!
Sim, se trata de um best seller. Mas um best seller diametralmente oposto às "aventuras do Prof. Robert Langdon" (Dan Brown). Uma narrativa racionalmente inconsciente. Ou seria inconscientemente racional?! Não sei, e o "duplipensamento" (Orwell) é proposital aqui.
E antes que se diga, principalmente por aqueles que não leram (e não lerão), caindo no (pseudo)pensamento do censo comum, "50 Tons de Cinza" não é um livro pornográfico. Essa impressão é para os pobres, de espírito, de mente, aprisionados num mundo instituído por dogmas e que acreditam que "a vida se aprende nos códigos" (Saramago).
Trata-se de uma obra libertária (e porquê não também libertadora?). De um romance (sem aspas) que rompe os grilhões do pensamento "papai-mamãe". Da demonstração nua de um relacionamento onde "dois estranhos ímpares" (e com toda razão Drummond) buscam (des)velar a paixão, o amor, não de uma maneira incomum (para fugir do mais do mesmo), mas de uma maneira particular. Privada. Contratual.
Christian Grey e Anastasia Steele não são incompatíveis. Tal como "Yin e Yang", os atributos divergentes desse dual se materializam nos pensamentos, nas palavras, nos sentidos, nas ações, no sentir dos personagens, que são humanos (logo, sádicos por natureza - cada qual com sua intensidade). Que são "demasiado humanos" (Nietzsche), e portanto, diferentes, na busca do "x" da equação na igualdade do sentido de amar.
Entre 4 paredes (ou a céu aberto, depende da concepção), "50 Tons de Cinza" de E. L. James pode servir como o ecstasy da mente (e não para a mente), transformando ações em busca da verdade-do-ser às pessoas que formam casais (ou grupos), sejam de que natureza forem (héteros, homos, bi, poli, trans), a terem sinceras relações existenciais.
Em resumo, como diria Rainer Maria Von Rilke (em "Cartas a un joven poeta"): "El sentimiento artístico, tan increíblemente cerca esta de lo sexual, de si dolor y su placer, que ambos fenómenos no son, en rigor, sino diferentes formas de una misma ansia y ventura".
Boa (caleidoscópica) leitura!